domingo, 28 de junho de 2009

A década de 30 e o Cine Brasil

A movimentada saída de uma sessão do Cine Brasil.
Abre-se a década de 30. O cinema já é diversão consolidada em Belo Horizonte. O tipo vida social levado pela população assemelha-se mais ao ideal para uma metrópole nascente: ruas mais cheias, o footing, o sagrado burburinho das salas de espera das sessões de cinema, os aguardados flertes, as conversas e discussões às mesas dos cafés. Belo Horizonte segue acalentando o sonho de aproximar sua a imagem à da cosmopolita Paris.

O Modernismo

O modernismo começa a exercer maior influência nas artes plásticas em função da itinerância de algumas exposições que, partindo do Rio e São Paulo, colocam os artistas locais em contato com as tendências e debates de então.
Um panorama cronológico das artes em Belo Horizonte é apresentado no CD ROM Museu de Arte da Pmpulha. Belo Horizonte: Ciclope; Prefeitura de Belo Horizonte/Secretaria Municipal de Cultura, 1996.
Ainda sim, de acordo com Cristina Àvila, uma das grandes vias de tradução do impacto modernista em Belo Horizonte são as artes da ilustração e caricaturas, que serviam à imprensa.


Cine Brasil: um marco na vida social belo-horizontina
A fachada do Cine Brasil, marco na arquitetura art déco de Belo Horizonte.
Mas a vida cinematográfica da capital até o início da década de 30 ainda não havia vivido a projeção que a inauguração do Cine Theatro Brasil, em 1932, iria permitir.
O Cine Brasil, uma das maiores salas de exibição da cidade e, durante um certo tempo, uma das maiores da América Latina, foi um marco não somente na vida cultural e social de BH, como também na arquitetura, tradução expressiva do estilo art déco belo-horizontino.
O Cine Brasil era uma casa de espetáculos, que abrigava também apresentações teatrais. O impacto do edifício na paisagem belo-horizontina refere-se não só à grande fachada art décó que modifica a paisagem da Praça Sete com suas linhas e curvas futuristas, mas representa também a continuidade da tradução de todo um projeto de racionalidade geométrica e de funcionalidade que permeiam o imaginário urbanístico de Belo Horizonte desde a planta.
A planta em "V" do Cine Brasil e suas linhas ordenadas dão conta de um projeto de racionalidade e organização e impactam decisivamente a Praça Sete, gerando ângulos e vértices a serem fruidos pela população, revelando a aparência de transatlântico já mencionada pelo escritor Eduardo Frieiro em 1936[1], surpreendendo a visão em relação à linearidade da vista urbana de então. Foi também um marco da verticalização da capital, precursor dos primeiros edifícios arranha-céus, estilo do qual o Edifício Acaiaca tornou-se outra referência clássica no art déco mineiro.
Burburinho à ocasião da inauguração do Cine Theatro Brasil, em 1932.
Lançamento da pedra fundamental do Cine Theatro Brasil. 1930.

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